Origem
Durante as Jornadas de Junho de 2013, diversas causas políticas e sociais foram levadas para o debate, aproveitando a eferverscência política do momento. Diante de tantas lutas, algumas tomaram mais força e invadiram não só as ruas, como também as discussões dentro de sites de redes sociais.
A hashtag #NãoVaiTerCopa é um desses casos. Ela surgiu em um momento onde milhões de brasileiros reivindicavam a solução para diversos problemas de caráter público. Porém, o fenômeno cresceu tanto que, enquanto os usuários de redes sociais pró-manifestações usavam a hashtag como forma de ativismo em rede, aqueles que eram contra e que defendiam o evento da FIFA ironizavam a militância produzindo conteúdo humorístico.
Gênero & Formatos
Devido à isso, podemos encontrar dois principais usos do meme nas redes, na época. O primeiro, se encaixa no que a autora Limor Shifman reconhece como memes de ação popular. Essa utilização dos memes, por parte dos usuários de redes sociais, se dá a partir de uma causa. Ou seja, nesse formato, a principal intenção do meme é fazer um apontamento político à respeito de alguma causa.
Na segunda forma de utilização, ainda baseando-se na pesquisa que a autora apresenta em seu livro “Memes in Digital Culture", encontramos o que ela reconhece como memes de discussão pública, que nada mais são do que a apropriação dos usuários de um assunto sério para transformar ele em zoeira.
Além do contexto político, muitos dos memes de discussão pública também brincam com o significado da palavra “copa", ressignificando o termo e explorando o seu significado para além do evento de futebol e se referindo à copa como cômodo de uma casa ou apartamento e copa de árvore.
Difusão e Repercussão
O assunto, que rapidamente chegou ao topo do Trending Topics no Twitter, se popularizou tanto que gerou seu contra-meme, a hashtag #VaiTerCopaSim, que também acabou virando um meme.
Para além da zoeira, podemos observar, analisando os tópicos relacionados ao termo no Google Trends, que apesar do meme ter se popularizado principalmente após sua “banalização" – se considerarmos a relevância do assunto e como se deu a apropriação feita por usuários de redes sociais – ainda assim, os assuntos relacionados à busca são todos de cunho político, o que nos mostra que meme e o midiativismo podem caminhar lado a lado.