O meme #EuTenhoLigaçãoComFreixo surgiu após uma polêmica que envolvia o político Marcelo Freixo em uma acusação feita pela imprensa de que o deputado teria ligação com o autor do disparo de um rojão que matou um cinegrafista em uma manifestação no Rio de Janeiro, em 2014.
Origem
Tudo começou após um cinegrafista da TV Bandeirantes ter sido atingido por um rojão, enquanto trabalhava em uma manifestação política, e ter falecido. A partir disto, um boato surgiu dizendo que a pessoa que acendeu o rojão tinha ligação direta com o deputado Freixo, devido a uma foto que o culpado tinha com o político. Tudo isso foi parar na imprensa, que disseminou a informação de forma confusa (fazendo com que muitas pessoas se questionassem se aquilo realmente tinha algum fundamento).
Após esse acontecimento, ativistas que apoiavam e acreditavam em Freixo começaram a publicar fotos que haviam tirado com o deputado, com a intenção de mostrar que eles também tinham algum tipo de ligação com Marcelo (afinal, um político é alguém que está em diversos eventos, estando suscetível ao assédio dos mais variados públicos e sendo fotografado com amigos e, até mesmo, com seu eleitorado o tempo todo).
Com a popularização das hashtags #EuTenhoLigaçãoComFreixo e #LigaçãocomFreixo, a palavra “ligação” ganhou outro sentido nas redes sociais e começou a ser associada à chamada telefônica, dando margem à criação de vários memes de pessoas que alegavam ter uma ligação com Freixo… No telefone. Foram tantos os memes, que essas hashtags foram capazes de gerar, inclusive, uma página no Facebook.
Problematização
Esse tipo de meme pode ser classificado, assim como a autora Limor Shifman categoriza em seus estudos, como um meme que tem um modo de expressão e discussão pública, ou seja, tais memes constituem um espaço de expressão onde várias opiniões e identidades são negociadas. Segue, portanto, a lógica da ação coletiva, que é associada aos altos níveis de recursos de organização e formação de identidades de grupo. Além desta, também se enquadra na lógica de ação conjuntiva, que é baseada no compartilhamento de conteúdo personalizado em redes sociais. Esses dois tipos de lógica, segundo Shifman, governam a ação política digital contemporânea.