Origem
No dia 15 de março, o youtuber e empresário Felipe Neto contou, em suas redes sociais, ter recebido uma intimação, por parte da Polícia Civil do Rio de Janeiro, para responder por calúnia e crimes contra a segurança nacional. A motivação para a abertura do inquérito – enviado após um pedido de Carlos Bolsonaro – foi uma publicação do youtuber, na qual o presidente, Jair Bolsonaro, foi chamado de genocida devido à sua “nítida ausência de política de saúde pública no meio da pandemia, o que contribuiu diretamente para milhares de mortes de brasileiros”, escreveu Felipe Neto no Twitter.
O inquérito, vale dizer, foi suspenso no dia 18 por uma juíza da 38ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, alegando “flagrante de ilegalidade” na investigação. Contudo, durante a semana, diversas foram as reações em torno da situação, como debates acerca da Lei de Segurança Nacional ou ainda sobre o direito à liberdade de expressão e censura. No mesmo dia 18, Felipe Neto lançou, em suas redes sociais, um vídeo de divulgação do projeto “Cala a Boca Já Morreu”, frente formada junto com advogados para atuar defendendo gratuitamente sujeitos que venham a ser indiciados após criticarem o governo.
A polêmica com o influenciador veio em um contexto de alta nas médias diárias de mortes e casos de Covid-19 que, consecutivamente, continuam alcançando recordes. O lento processo de vacinação também deve ser considerado, nessa conjuntura, como um fator que, junto ao caso envolvendo Felipe Neto, gerou milhares de manifestações de protesto. Estas giraram, sobretudo, em torno da adjetivação “genocida” ao falar sobre o presidente, Jair Bolsonaro, atuando de modo a apoiar o youtuber e demonstrar indignação perante a tentativa de censura.
Difusão e repercussão
Nesse contexto, o meme “Bolsonaro genocida” circulou tanto em redes sociais online quanto nas ruas, em cartazes e faixas levantadas por coletivos e grupos de movimentos sociais. Na internet, o meme circulou, sobretudo, no Twitter, alcançando os Trending Topics do Brasil; além de aparecer no Instagram, WhatsApp, TikTok e Facebook. Atores políticos da oposição, perfis de partidos políticos e contas de figuras públicas, além do próprio Felipe Neto, também compartilharam diversas versões do meme “Bolsonaro genocida”.
Gênero e Formatos
Como dito anteriormente, este meme circulou em diversos formatos, aparecendo como hashtag, em imagens, apenas em texto ou ainda nas ruas. Em todos, no entanto, a frase “Bolsonaro genocida” esteve presente, como um slogan ou um bordão, podendo este meme ser considerado como um Catchphrase. Além disso, por estimular atitudes e comportamentos a serem desempenhados por audiências que reiteram correntes, também podemos apontar para este caso como um meme de ação popular. Aplicações do tipo Reaction Face, no qual o sujeito reage a uma determinada situação, e Exploitable, referente à composição de montagens gráficas, também foram observadas.